quarta-feira, 31 de março de 2010

NO HUAMBO

Província= Estado*

Cá estamos, eu a Ju (Nossa assessora de imprensa) no Huambo, uma outra província de Angola.
Viemos analisar o mercado, buscar fornecedores e nos prepararmos para um grande lançamento que faremos: Bem Morar, um novo conceito em moradia. Quem assina o projecto é a BuildBrasil, um grupo paulista, que por sinal, é o meu cliente!

Além da receptividade e atenção dos contactos que nos receberam fantasticamente, estamos abismados com os resquícios da guerra ainda presentes nos muros, ruas e, de uma forma ímpar, no tom da voz das pessoas que nos contaram o que seus olhos viram neste período de trovoadas.

Praticamente em todos os muros se vê a brutalidade presente nas crateras abertas por balas de todos os calibres. É tão comovente, que deparei-me em anguns momentos estático frente à uma parede sem cores, plantas, desenhos, enfim, sem nada que chamasse a atenção normalmente.
O que sentí, foram olhares aflitos, famílias tristes, olhos sangrando de raiva e outros sentimentos pesados, tudo isso saindo de cada "buraco" de bala que olhava com tanta atenção.

Um breve histórico, para que todos entendam, Angola sofreu com uma guerra civil que perdurou por 30, inconsequentes, anos. Uma luta que envolveu o MPLA (partido democrata, hoje vingente) e a UNITA (partido da extrema esquerda). O MPLA defendia a presença de extrangeiros como participação fundamental para o crescimento do país; já a UNITA, defendia, rigorosamente, exatamente o contrário. Mas rigorosamente mesmo, o que não merece nem aprofundamento.

Huambo foi a província que mais sofreu com a guerra. Se eu pudesse figurar o grade choque eu tive ao chegar aqui, Luanda (onde eu vivo) seria Recife e, Huambo, Salgadinho (interior braabo de Pernambuco!).

Isso traz pontos positivos e negativos. O negativos, são os mesmos de qualquer lugar sub-desenvolvido: falta de infra-estrura, baixa qualidade de vida, pobreza, déficite na educação.
Por ouro lado, é um lugar que, de uma forma cautelosa, já se vê investidores enxergando seu potencial e, consequentemente, já investindo.
É um lugar sem engarrafamentos, o que não significa que faltam carros, um clima super delicioso friozinho, muuuuuuuuuuito verde! Nossa, me sentí, literalmente, na África. Aquelas paisagens de filme mesmo. Tenho fotos e vou postá-las em outro post, pois a net daqui é bem fraca.

Sente-se compaixão nos olhares das pessoas, mesmo sendo olhares de "quem é você, de onde você é", pois Huambo não tem tantos estrangeiros como Luanda. Na verdade, acredito que lugar nenhum tenha! Aqui, Huambo, somos realmente extrangeiros.

Complementando o lado positivo daqui, é um lugar fantástico, com um potencial acredito que imensurável, pelo menos num período de 1 ou 2 anos e que vai ser ainda como Luanda ou melhor.

O que mais me chocou: se um pedestre põe o pé na rua, os carros param para dar passagem. Faltara apenas uns graus centígrados a menos, um Starbucks e um pastel de Belém para dizer que estava em Portugal, pois até então só tinha visto isto em Lisboa!

Bem, desculpem pela ausência de textos e postagens, mas tempo falta-me!

2 comentários:

  1. De longe o melhor post... adorei!
    Fiquei imaginando mil coisas =]

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  2. Baby...realmente essa nossa viagem foi fantastica... Você simplesmente resumiu com muita inteligencia tudo o que passamos e sentimos !
    Parabéns...
    Acho que vou roubar seu post, rs

    SAUDADE IMENSA ! Estou a chegar ! BJO

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